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sábado, 13 de março de 2010

COMPROMISSO E COMPROMETIMENTO


Hoje acordei excepcionalmente borocoxô....
Não sei o que é exatamente que me deixa assim. O calor abafado? A idade? O banco fungando no meu pescoço? A irritação que está no ar? Medo?
Cuidei dos meus cachorros e gatos, lavei quintal, tomei meu chá e voltei pra cama com uma revista. Achei melhor começar tudo de novo. Sei lá, às vezes cai alguma ficha...
Pois não é que caiu!?
Sei lá de onde, mas caiu.
Era uma revista Vida Simples de novembro de 2006 e o artigo em que abri era “O outro” de Roberta de Lucca (vale a pena procurar e ler). Comecei a ler onde abri e logo voltei e recomecei desde o início.
O que é compromisso? O que é compromete-se com algo ou alguém? O que esta atitude envolve? O quanto isto faz falta atualmente?
Em primeiro lugar é a sua escolha, a sua satisfação, seu auto crescimento; são objetivos que brotam de lá de dentro e que não visam, em princípio, nada além de você e sua realização como pessoa.
Uns apostam nas relações familiares, outros na profissão, outros no relacionamento a dois, em ajudar pessoas, plantar árvores, escrever, pintar, cantar, compor, dançar....enfim, isto vai longe.
Por que escolhemos A e não B, ou X e não o J?
Neste momento as continuidades do meu pensamento a respeito cresceram em número e níveis de abordagem. Assim, é melhor fixar no que me mexeu por dentro, pelo menos eu desabafo e não vou ficar enchendo lingüiça.
Começamos a fazer escolhas por conta própria na adolescência quando nos livramos das balizas do ambiente de origem. É para ser assim. Guardamos lá no santuário interior o amor que nos foi ofertado, os exemplos que recebemos (bons e não tão bons), a dedicação, o interesse, o afeto, o carinho, os nãos e os sins. Apenas guardamos e, se fomos bem educados ou encaminhados segundo nossos temperamentos peculiares, viramos gente grande da melhor espécie. Situação bem ideal, não é?
Agora já sei por que acordei assim, meio que sei lá...
Falta compromisso de minha parte. Perdi, em algum ponto do meu trajeto, os laços com meus compromissos. Ou eles já caducaram e devem ser substituídos por outros. Acho que a segunda alternativa é mais precisa (socorro, cadê meu adolescente interior???).
A busca da atitude que conduz ao compromisso deve gerar felicidade. Como um grande amor: quando você pensa na pessoa amada dá um quentinho, uma certeza, uma sensação de “é isto aí, cara!”. Amor é compromisso – este vínculo é o próprio compromisso. Você já sai ganhando só por sentir o que sente. O resto é tourear circunstâncias. Dá uma vontade enorme de se envolver cada vez mais. Por que? Por que faz bem para você!
Por outro lado, respeitar a necessidade de solidão é respeitar o compromisso consigo mesmo. Você deve ser sempre uma boa companhia.
Se para você é importante fazer sopão e distribuir nas ruas, organize-se, vá e faça.
Se é importante melhorar a condição de ensino nas escolas, participe no colégio de seus filhos, junte pessoas afins e esforços e ponha a mão na massa. As escolas estaduais abrem para atividades nos finais de semana. Vai lá, junte esforços; tem um montão de pessoas que pensam parecido com você.
Se é importante para você que não haja enchentes, recolha o lixo da frente de sua casa e comprometa-se a não jogar nem papel de balinha no chão. Vai resolver? Quem sabe? Ensine seus filhos, crie hábitos familiares. Não ensinamos a nossos filhos o compromisso com a própria higiene, com a própria saúde, com a própria nutrição? Por que não extrapolar os limites dos murinhos do seu lar, da sua turma, da sua raça, do seu time? Há tanta vida lá fora....
Compromisso é o início do comportamento ético.
Existe beleza e felicidade além dos limites daquilo que conhecemos. Existem pessoas da sua tribo procurando por você.
Quanta pena me dá ouvir adolescentes, jovens e adultos jovens dizendo que são assim mesmo; autodefinição rígida sem possibilidade de acréscimo de nenhum desafio, nenhuma mudança, nenhum crescimento.
Resumindo esta viagem, deu para fazer um paralelo com a astrologia o que, pelo menos, vai servir para mim.
Quando uma pessoa tem ou estabelece um compromisso com algo ou alguém, dentro dela inúmeros elementos arquetípicos foram acionados para esta escolha.
Quando alguém vibra intensamente com uma proposta que a Vida lhe faz ela se compromete, não com este alguém ou algo, mas consigo mesma, pois isto é pulo do gato para a felicidade.
Nascemos para a realização. Não faria sentido que assim não fosse.
Compromisso envolve:
Lua – o que necessitamos como alimento (físico, emocional, mental, filosófico e espiritual)
Sol – participar e interferir na realidade. Ser um ser real (em todos os sentidos). Ser co-criador da realidade, afinal somos todos filhos do dono e temos este poder e dever para com a realidade. Se ela está assim como está, fomos nós que a fizemos por ação ou por negligência. Falta de compromisso, sabe?
Vênus, Marte e Mercúrio – escolha pessoal, força para agir + discriminação e capacidade de se mobilizar para isto.
Saturno – entender sua responsabilidade consigo mesmo, com seu universo pessoal e com a sociedade em que vive; reconhecer seus limites e saber lidar com eles.
Júpiter – estender o olhar para além destes limites, ver luz no fim do túnel, trazer o otimismo à tona e reconhecer a possibilidade de ser mais do que tem sido até então. Arriscar.
Urano – dar as boas vindas ao novo. Sem a excentricidade e o não comodismo uranianos ainda estaríamos vivendo nas cavernas.
Netuno – usar a capacidade divina de sonhar com um mundo melhor com as fronteiras dissolvidas, um mundo inclusivo.
Plutão - buscar força onde aparentemente não há mais nada a fazer. Abrir mão do supérfluo para que esta força venha às suas mãos.

Quando acordar meio borocoxô e se sentir acuado, pequenininho e meio bestinha, reavalie seus compromissos; funciona.

Com o que você anda comprometido?
Com sua imagem?
Com seu conforto excessivo e sem limites?
Com sua carreira e não com o autocrescimento?
Com pessoas que não têm nada a ver com você?
E mais tantas coisas....
Será que os prazos de validade destes compromissos já não caducaram?
Se está infeliz é porque já se acabaram os prazos de validade. Como um iogurte: desfaça-se dele, se insistir vai fazer mal.

Huuummm – novas vidas, novas civilizações, indo onde nenhum outro jamais esteve! Isto sempre me animou.
Esta é a Vida: mão na massa, pé na estrada, mochila nas costas (*): é hora de mudar!
VIVA A ERA DE AQUÁRIO!
BEM VINDOS OS NOVOS TEMPOS!


(*) Num dia destes sonhei que havia uma inundação e eu estava nela (não tenho sido muito criativa....).
Acordei com a sensação de perigo e emergência. Olhei em volta e me dei conta de que nada, absolutamente nada, do que eu tinha me serviria numa emergência.
Apenas os meus amores e sua sobrevivência importavam: meus filhos, meus netos, meus pais, meu irmão, meus gatos e meus cachorros. Poderia estender a preocupação aos meus amigos queridos, mas estaria me supondo uma super pessoa para dar conta disto tudo.
Passei o dia bolando um jeito de fazer, em tempo record, uma jangada de garrafas Pet que, como temos visto, bóiam muito bem, grudadas com silver tape. Acho que funcionaria.... Preciso preparar minha mochila.

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